A LuCiDeZ dA LoUCuRa

Ao longo destes anos, muitas têm sido as vezes que questiono a minha existência... Há momentos na vida que ficam marcados, de um jeito ou de outro, para o bem ou para o mal, mais ou menos vincados na memória, no corpo, mas que o tempo vai ajudando a ultrapassar. Outros não! Outros surgem a toda a hora no pensamento, não deixando viver, sufocando, apertando cada vez mais um cerco ao qual não conseguirei escapar. Não adianta ir por outro trilho, para não os confrontar. Não adianta tapar os ouvidos, para não os ouvir. Não adianta fechar os olhos, para não ver. Porque eles estão cá dentro e alimentam-se do mesmo oxigénio que respiro! Um dia, sem avisar, eles tomam conta de mim... E já não apenas de vez em quando!
Não é tristeza, não é desilusão, não é dor, nem mesmo paixão. Muito menos será amor, fogo e prazer. Não é desistência, não é luta, não é infortúnio, nem mesmo proeza do destino. Não é fraqueza, não é coragem, não é inércia, nem mesmo lágrima. Muito menos será sorriso, vida e gozo. Tudo isto é apenas a profunda loucura das minhas loucuras!
Não sei o que será do meu hoje, nem se haverá um amanhã. Não sei o que será, nem o que virá no futuro... Tão pouco sei até que ponto o terei! Talvez nunca venha a encontrar o antídoto para este veneno que me consome. Mas talvez seja até melhor assim, porque sinto que morro mais depressa... sem ele!