Sei o Que Tenho em Mim

Posted: quarta-feira, 22 de junho de 2022 by MaRCiNhO in Etiquetas: , , , ,
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Não
 Sei o que tenho em mim. Intenso! É assim cada momento. Inspiro, expiro, respiro, suspiro. Tento controlar o incontrolável. A aceleração é tanta que chego a ficar ofegante. Chega a faltar-me o ar... Mas quero mais! Quero tocar, quero sentir, quero possuir. Tal como uma criatura vibrante que descobre o mundo pela primeira vez, também eu percorro as tuas formas como se tocasse uma virgem angelical. E como é bom! 
Sinto aquele calor quando me agarras contra o teu peito. Sinto aquela febre quando me puxas os cabelos a cada penetração. E como amo a forma desenfreada como me despenteias! Sinto aquele desejo ardente quando me roubas mais um beijo. Talvez não devesse sentir tanto, mas desconheço a forma de contrariar esta coisa que me arrebata. Não sei se é amor, se é paixão... Ou as duas! Sei que me faz sentir vivo, sei que me faz sentir homem. E como é bom! 
Não sei quando te vou voltar a ter deste jeito, talvez nunca mais volte a ter-te assim. Mas a minha memória guarda este momento para que perdure no tempo. É a forma que tenho de prolongar este sabor que ainda tenho na boca e este calor que aconchega o meu peito. É o jeito que encontrei de continuar a sentir o cheiro do teu corpo nas minhas mãos. Como se segurasse pétalas de flores que, por entre os dedos, teimam em fugir. É o modo que arranjei de fazer que perdure em mim o toque da tua pele. Leve, cintilante e macia, qual textura de seda. 
Sei de cor o teu nome, não me canso de o murmurar... Grito-o em silêncio, canto-o em qualquer canção que ouço tocar. Escrevo-o nas paredes do meu coração, leio-o em qualquer texto ou mural com que me deparo. Fecho os olhos e todos os meus sonhos se transformam em ti! 
Quero que fiques, para sempre, eternamente... Porque já me sinto teu, desde o primeiro instante! Quero que este brilho imenso nos meus olhos nunca se apague... Porque brilham como nunca antes! Tenho medo, que tudo não passe de promessas vãs, escritas no ar... Porque tu vens e depois foges. E eu?! Eu... Não Sei o que tenho em mim! #M



Nota de Autor: Este texto foi iniciado e estava em estádio embrionário desde 2020. Foi terminado hoje, mantendo a mesma essência do momento em que a inspiração surgiu e a fonte dessa mesma inspiração.

Anel de Noivado

Posted: quinta-feira, 3 de dezembro de 2015 by MaRCiNhO in Etiquetas: , ,
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Não estragues o teu anel de noivado
Nem deixes que eu me torne um depravado
Ou então faz de mim teu objecto sexual
Uma dança, uma valsa ou coisa e tal

Não te deixes descomposta desse jeito
Nem te debruces assim no parapeito
Ou então cai de uma vez, sem corda nem arnês
Tontice, devaneio ou insensatez

Sem rodeios ou carambolas eu te digo
Estás entre a artimanha e o perigo
E um dia vai acontecer, alguém tem de te dizer
Que o amor não é objecto de comer

Não percas o teu anel de noivado
Nem desfaças esse laço apertado
Ou nada mais há para te dar
Uma canção, poema para declamar

Não tenho dinheiro no bolso e sou desajeitado
Lugar escondido, outrora iluminado
Já sabias que era assim
Um filme, uma novela ou folhetim

Sem rodeios ou carambolas eu te digo
Estás entre a artimanha e o perigo
E um dia vai acontecer, alguém tem de te dizer
Que o amor não é objecto de comer.









Foi estranho...

Posted: segunda-feira, 17 de novembro de 2014 by MaRCiNhO in Etiquetas: , ,
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Sim, foi realmente estranho... Esta semana entrei pela primeira vez no IPO! Talvez nunca tenha sentido num só lugar uma mixórdia tão grande, tão contrastante, tão contraditória de emoções. Lado a lado, de mãos entrelaçadas, a vida e a morte, a alegria e a tristeza. Tão perto, a coragem e o medo. Como é injusto o momento. Como é justa a revolta que cresce por dentro. E, mesmo como acompanhante, como é estranho ver o cancro assim tão de perto.
Sente-se a voz trémula só de pronunciar a palavra, mas isso não a faz desaparecer. Aliás, de nada vale tentar riscá-la do dicionário, menos ainda por AQUI!
Esta coisa filha da puta teima em rondar as vidas de cada um de nós, directa ou indirectamente, ela está lá, esperando apenas uma oportunidade para atacar, qual bicho faminto. Não vou pedir perdão pela ofensa a essa coisa maléfica, porque como qualquer filho da puta, também esta acha que tudo pode, sem olhar a quem. Perdoe-me quem me lê, se teimo em não querer tratar bem aquilo que tanto maltrata o próximo.
Temos o direito de não aceitar e o dever de lhe dar luta, sabendo que haverão altos e baixos, momentos de força e de fraqueza, até ao dia em que algum dos lados sucumbirá. E juro-vos, quero muito que seja esse "bicho" filho da puta a cair prostrado aos pés de quem não o quer entranhado no corpo e na alma!



Pensamento

Posted: domingo, 3 de março de 2013 by MaRCiNhO in Etiquetas: ,
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Pensamento impertinente que teimas em ficar
Na minha mente, pairando como calor em dia de Verão
Querendo agarrar-me ao que não tenho, em vão
E aprisionando o meu corpo, até sufocar
Deixa-me só, deixa-me na paz (que não tenho)
Deixa-me respirar, um segundo só
Nem que seja para ingerir partículas de pó
Dos restos mortais da minha alma que jaz,
Por aqui, neste recanto tão claro quanto obscuro
Que desejo, que procuro
Para me abrigar do tormento que me dás
Deixa-me, para que possa gozar o tempo
Que me resta, no silêncio que me cobre os dedos
Na solidão, que me protege dos medos
Transforma-te em nada, por um momento
Deixa-me vazio, preciso descansar
Preciso dormir, para te apagar
Pensamento impertinente, já não te sustento
De nada te vale me consumires
Sou, por estes dias, pouco mais que um lamento.

Lume

Posted: segunda-feira, 19 de novembro de 2012 by MaRCiNhO in Etiquetas: ,
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Esperei tanto tempo, para me sentir só
Fiquei sem táctica para contrariar esta coisa
Este lume que me devora...
Depois de tanto tempo não vai embora
Pernoita em mim, amanhece no meu corpo
Entorpece-me o espírito, a tal alma
Usa-me e deita-me fora, sem dó
Sem deixar para mais tarde um sorriso,
Uma lembrança, a palavra que preciso
Que mantenha viva a chama que me consome
O amor que me move, em todas as direcções...
Faz refém o inventor deste sentimento
Que estupidamente teima em aceitar
Sofre e sorri quase simultaneamente
Foge, mas logo decide voltar
Porque o corpo vive da cabeça
Mas alimenta-se do coração
Que, em tola devoção, insiste
Em atear chamas... a este lume.

Maldade

Posted: quarta-feira, 11 de abril de 2012 by MaRCiNhO in Etiquetas: , , ,
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Tantas vezes se sofre por amor. Chamam-lhe fatalidade, pieguice, tolice e outras coisas que tais. Na verdade, o amor só dá trabalho. Para quê apaixonar-nos, se sabemos que mais cedo ou mais tarde vamos sofrer com isso? É quase masoquismo! Mas como se pode viver sem amor? É como viver sem beber água. Impossível! O ser humano tem febre, loucura, desejo, sede de amor...
Quem não precisa daquele pulsar desmedido no peito? Do nervoso miudinho que se apodera do corpo minutos antes de um encontro? Quem não quer sentir-se desejado por dentro e por fora? Está-nos no sangue, nos genes, na carne... Do mesmo jeito insano, quem não sente que o mundo acabou quando se chega ao fim? E a desilusão quando "aquele momento" se torna impossível? Quem não sente aquela dor avassaladora quando já não se sente amado, desejado, especial?
Foda-se lá o amor e mais as suas tramas. Fodam-se lá as trocas e baldrocas de sentimentos e estados de espírito! Sou um apaixonado, um romântico à moda antiga, mas às vezes o amor enjoa-me, dá-me nos nervos. Não há paciência para aturar tanta "paneleirice", tanta mesquinhice... Amor, "coisa" estúpida, que vale merda nenhuma e ainda tem o condão de nós deixar à mercê da sua estupidez. Podia ser algo mais prático e menos picuinha, tipo utilitário de cozinha, que já sabemos o que é, para que serve e o como fazer com ele. Hoje a maldade tomou conta de mim e estou assim, apetece-me cortar no amor!

Pequenos Reflexos

Posted: terça-feira, 19 de julho de 2011 by MaRCiNhO in Etiquetas: ,
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Que inércia é esta que hoje se apossou de mim? Que efusão bebi? Que ópio se tornou dono do meu corpo? Que estado de desgraça nasceu em mim neste amanhecer? Não sei... Mas sei que vens e tudo me passa! Sei que vens e tudo o resto se vai. Sei que trazes a graça que me falta quando não estás. Sei que deixas em mim mais do que sou. E sei que sinto a noite como o dia e os dias como as noites, só contigo. Sinto-os de igual forma, sem medos ou fronteiras ditadas pelas horas, pelo tempo que avança ora a passos lentos, ora a passos desmesuradamente largos.
Não há lugares, criaturas, distâncias temporais ou geográficas que me levem o pensamento, o corpo e a alma para longe, se por perto estás. Sou oceano sem limites e riacho seco, sem ti. Sou estrela que brilha no alto e nuvem cinzenta que paira, sem ti. Sou coragem e medo, sem ti. Sou tanto e me torno tão pouco, sem ti!...
Amor, das horas em que a cama se preenche e em que se sente vazia... Amor, do brilho no olhar e da lágrima que cai em segundos... Amor, de uma vida tão longa e tão efémera!... Porto de abrigo, onde atraco o meu barco... Aconchego, onde busco o abraço... Fonte, que me leva a sede... Voz, que tanto diz em silêncio... Sorriso, que preenche e ilumina... Assim, és TU!

Vontade

Posted: terça-feira, 1 de fevereiro de 2011 by MaRCiNhO in Etiquetas: , ,
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Cama vazia, luz apagada, sono perdido, pensamentos levados... Louca viagem às noites, aos dias, às horas que passamos escondidos, do tempo e do mundo, como dois amantes possuídos por um desejo incontrolável, apenas pensando em devorar-se! Penetras-me agora... pensamento, corpo, alma e eu grito, gemo e sacio-me no teu ventre! Apoderas-te do meu ser e eu sinto essa pele, ardendo em desejo, como eu ardo nesta vontade de te agarrar e de te percorrer ... Ah! Como te sinto dentro de mim!
Não deixamos raízes, somos apenas como a folha que cai e voa ao sabor do vento... E vamos para lugares que tomam conta de nós, como o mar toma conta da areia que o beija a cada instante. Sinto-te molhada, tal é a excitação que te despe lenta e suavemente. O teu corpo pede o meu. Transpiração descomunal, febre de um calor que nos possui desde as entranhas e um suspirar de prazer feito. Membros quentes, latejantes e trémulos de tanto querer. Voz ofegante, garganta seca, pulsações frenéticas, olhos revirados e um sabor a ti, que me preenche esta boca. Ah! Como me sinto dentro de ti!
Vem, deixa em mim esse teu cheiro, apaga este fogo que arde sem cessar e faz do teu o meu corpo. Prova-me aqui e agora, neste colchão abandonado. Come-me, sem que sobre qualquer pedaço. Vem, tira-me esta vontade antes que ela volte de novo... E, se voltar, faz tudo como se nunca o tivesses feito. Vem, sente esta orgia de sensações, os gemidos desmedidos, os movimentos vertiginosos que nos prendem. Vem, vem-te...vem-te comigo! Ah! Que vontade que sinto, de te sentir!

Luz

Posted: quinta-feira, 27 de janeiro de 2011 by MaRCiNhO in Etiquetas: ,
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Luz, esta que se faz em mim
Como o teu nome tatua meu peito
Tão friamente como esse beijo distante
Que abandona este leito
De forma abrupta e deselegante...
E me deixa assim
Sem esse cheiro que me entorpece
Escuro, qual noite sem luar
Que em minhas mãos desfalece
E foge, sem nunca me levar!
Luz, que vejo de quando em vez
Que vai e vem
Qual barco nas marés
E ora me deseja, ora me faz vítima de desdém...
Luz, à qual em todas elas me dei por rendido
Por quem em todas fui louco e fui bandido
Dei o que tinha e o que não tinha
Roubei, a pérola escondida
A mais preciosa que poderia alcançar
A única que me leva para alto mar!

Aqui

Posted: quarta-feira, 5 de janeiro de 2011 by MaRCiNhO in Etiquetas: ,
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Estou aqui, sentado, à espreita
Como o luar penetra a noite
Como a água procura a fonte
Como a estrela vive para o céu
Será assim tão profundo
Esse olhar que me chama
O canto dessa voz
A flôr que raíz em mim planta?
Mesmo quando já não há corrente que o leve,
Poderá o rio correr para o mar?
Poderá esta melodia fazer a tua música,
Mesmo quando já não há nota para tocar?
Aqui, todo o deserto é fértil,
Toda a tempestade não destrói, transforma
Neste desejo toda a guerra se faz paz
Toda a loucura me apraz
Aqui, sinto esse perfume
O calor que entorpece
A mão trémula, a luz que incandeia
A brisa que amanhece
Conheço as formas que te moldam
O gemido que estremece
O corpo que pede e sacia
A boca que do fogo nasce
Aqui, não há distância que afaste
Nem proximidade que prenda
Nem gesto de que me arrependa
Não há um princípio sem fim
Aqui, não partes sem mim!