A LuCiDeZ dA LoUCuRa

Naquele momento, inesperadamente, tomei-te pela mão e encostei o teu corpo ao meu. Rostos colados, mãos suadas de nervosismo, batimentos acelerados, pernas trémulas, olhos que brilham no escuro... uma dança perfeita! A pista transformou-se em oceano e nós somos um barco que navega sem porto destinado para atracar, qual náufrago que se deixa levar ao sabor das ondas. Bem junto ao meu peito, consegues ouvir o ritmo da música do meu coração e eu sinto o teu respirar lento e profundo, de quem se deixa levar pela felicidade da brisa de uma qualquer manhã. Como seria bom poder eternizar este momento, parar o tempo por um segundo que fosse... Como seria bom podermos fugir para um qualquer recanto e aí criar o nosso próprio universo!
Sabemos de cor este passo, mesmo sem nunca o termos dançado. Nunca te toquei como hoje, nunca te senti como agora. Tudo é tão igual e tão diferente. Tudo é tão perfeito como o que sonhamos e tudo é tão melhor do que aquilo que sentíamos ser, cá dentro, noutros momentos. Roubamos as pautas, as notas, os instrumentos, os sons... e fizemos a nossa própria música! Roubamos as interpretações, os passos, os movimentos... e coreografamos a nossa própria dança!
Os nossos olhos fixam-se mutuamente com um brilho singular, qual Sol que acaricia a Lua. Os nossos sorrisos beijam-se carinhosamente, como o mar beija a areia. As palavras fogem-nos e só conhecemos a telepatia. Rodamos suavemente... Neste momento, o mundo é pequeno demais para nós!