A LuCiDeZ dA LoUCuRa

Não sei o que dizer. Apetece-me contar-te um segredo! Não sei o que fazer. Estás cada vez mais longe, tão longe que já não me vejo alcançar-te! Sonho, pesadelo, alucinação... Caminho sobre um deserto do qual não avisto o fim. A areia foge-me entre os dedos, a sede de ti seca-me cada poro do corpo... Onde estás, meu oásis? Corro em direcção a ti sem saber onde paras, sem conhecer destino. Corro na direcção desse teu olhar... Ai, esses teus olhos que abrem as portas da minha alma. Esses teus olhos que fazem da tua a minha visão! Só me sei sentir impotente perante a imensidão desse olhar. Só ele me transporta nas asas do vento, só ele me ajuda a atravessar este deserto sem medos, nem receios, nem sombras...
Não posso mentir. Dizer que sei guiar-me sem ti. A verdade é que sou navio, sem mar. A verdade é que sou lágrima, sem rosto. Sou dor, sem ferida. Sou amanhecer, sem luz. Sou caminho, sem trilho. Sem ti, as minhas palavras são silêncio. Sem ti, o meu corpo é cadáver. Vem, traz essa bússola que me orienta, traz essa paz que me acalma, traz esse beijo que me sacia. Vem, faz do teu o meu sorriso, faz do teu o meu gesto!
Como eu queria ver de novo o brilho desse olhar. Como eu queria beijar uma lágrima tua, ainda que por um último e breve momento... Queria voltar a ter memórias. Queria voltar a viver! Não sei se ainda tenho tempo...